sábado, 24 de outubro de 2009

O trabalhismo deve ter candidatura própria: Cristovam Buarque presidente!!!

O PT é um partido socialista, tendo como base a filosofia marxista e a Teologia da Libertação. Entretanto o governo Lula não é socialista, e nem poderia ser, uma vez que a esquerda não possui hegemonia alguma sobre a sociedade, muito pelo contrário, basta observar que o maior partido do país é o PMDB, que possui a maior bancada no Congresso Nacional, e o maior número de governadores e prefeitos. Portanto seria impossível ao PT e seus aliados da esquerda(PSB, PDT, e PCdoB), querer estabelecer qualquer tipo de política socialista.

Mas todos esperavam que o governo Lula fosse social-democrata, representando um projeto de centro-esquerda. Mesmo não sendo uma social-democracia combativa, se esperava que promovesse reformas que beneficiassem os trabalhadores, como redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais(sem redução de salário), reforma agrária, e o fim do fator previdenciário. Também se esperava que promovesse a reestatização da Cia Vale do Rio Doce e o restabelecimento do monopólio estatal do petroleo, resgatando assim a soberania nacional. E o principal, se esperava que combatesse a corrupção, e não que a promovesse(como acabou acontecendo com o "Mensalão"). Citando João Ubaldo Ribeiro: "Quem votou em Lula, notadamente da primeira vez, sabia, de modo geral, que não estava escolhendo um governante através de uma revolução, mas das instituições vigentes. Portanto, muitos desses, como eu, não esperavam milagres e rupturas estrondosas. Mas esperava-se pelo menos certa fidelidade ao prometido, apregoado e bravateado ao longo dos anos, esperava-se alguma luta para a eliminação de alguns dos nossos males, esperavam-se, sim, reformas, ainda que não de todo satisfatórias. Esperavase no governo, enfim, o PT que se conhecia, ou se julgava conhecer." (O fim do PT e a ascensão do lulismo; O Globo - 05/08/2007)

Lógico que o governo Lula não é neo-liberal, como vive afirmando de forma caluniosa a extrema-esquerda liderada pelo PSOL, e setores atrasados do PDT, que dizendo-se nacionalistas, na verdade promovem práticas stalinistas(tanto que defendem Stalin, a ditadura castrista em Cuba, etc). Esses que se julgam trabalhistas pra caralho deveriam ler com mais atenção a Carta de Lisboa e a Carta de Mendes, para perceber que o socialismo defendido pelo trabalhismo é radicalmente democrático, e portanto apesar de nacionalista, não se utiliza da calunia para promover sua política.

"Estamos persuadidos de que somente através da democracia e do socialismo em liberdade será possível encontrar saídas para o atual contexto de dependência, de injustiças e de sofrimentos para o nosso povo.

Por isso mesmo, o PDT assume, com inabalável e definitiva convicção e firmeza, pelo seu programa, sua prática e objetivos, a causa do socialismo democrático no Brasil. O PDT é um Partido Socialista. O nosso Socialismo há de ser construído através do voto livre, numa sociedade pluralista e civil, sem discriminar ou excluir quem quer que seja.

O nosso socialismo está indissoluvelmente ligado ao conceito de liberdade. Socialismo e liberdade, para nós, são inafastáveis como dois trilhos de uma estrada de ferro, expressando um Estado de Direito democrático e de profundo conteúdo social. Os nossos métodos e caminhos são pacíficos e democráticos. O PDT não luta pela tomada do poder. O seu propósito é ascender ao poder, inundando este país de consciências esclarecidas. Desses compromissos com a Nação, que alimentamos sem ódios ou revanchismos, ninguém, nem razão alguma nos afastará." (trecho da Carta de Mendes)


O governo Lula deteve o fetichismo privatista da era FHC, assim como deteve as ameaças de flexibilização dos direitos trabalhistas. Tem promovido políticas sociais que mesmo longe daquilo que deveria ser realizado, conseguiu reduzir a miséria e a pobreza extrema em nosso país, além de estar promovendo um resgate do papel do Estado na economia, mesmo que timidamente. Portanto não é neo-liberal, mas também não é social-democrata. O governo Lula representa essa nova social-democracia, chamada de "terceira via", sendo um governo de centro-esquerda extremamente moderado.

Devemos fazer oposição a esse governo, mas não de forma inconsequente e anti-democrática. Não podemos nos misturar a extrema-esquerda, muito menos ao stalinismo. Cabe a nós, defensores do trabalhismo, defender um projeto de centro-esquerda, uma social-democracia combativa, nacionalista, como determina a Carta de Lisboa e a Carta de Mendes. Portanto devemos defender que o PDT abandone o governo e se apresente como oposição lucida, construtiva, democrática, nacionalista e progressista. Por isso devemos lançar a candidatura do senador Cristovam Buarque para presidência da República.

Investimentos reais em educação e saúde pública, o fim do fator previdenciário, reforma agrária, redução da jornada para 40 horas, sem redução de salários, e a reestatização da Cia Vale do Rio Doce e restabelecimento do monopólio estatal do petroleo, devem ser nossa bandeira como defensores autênticos de uma política social-democrata combativa e nacionalista. E lógico, devemos defender o fim da corrupção, com aprovação de uma lei do recall, que possibilite o eleitor demitir o seu governante e representante caso viole a ética no trato da coisa pública, ou caso não realize aquilo que prometeu durante as eleições.

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